domingo, 31 de março de 2013

mentir

Hoje é dia das mentiras, huum, qual será a primeira mentira que vou contar á amiga, ao amigo, á mãe, a alguém?
Será que todos os outros 364 dias já não mentimos o suficiente? E pior que mentir a alguém, mesmo que seja apenas uma brincadeira, é mentir a nós próprios.
Começa sempre com uma brincadeira, e a brincadeira começa a fazer sentido na nossa cabeça, gira gira gira, até que já não parece mais mentira, parece um truque de magia, uma ilusão...
Mas as ilusões têm vida curta na nossa cabeça. Ou desaparecem, ou tornam-se a nossa verdade.
é estranho pensar que uma mentira pode-se tornar uma das nossas verdades não é? Será que é o coração ou a cabeça que a quer tanto lá que não a deixa simplesmente desaparecer?
Era tão fácil se uma ilusão aparecesse na nossa cabeça e de um momento para o outro já não estar lá mais.
Mas se a cabeça pensou foi porque a boca o disse e  o coração sentiu. O coração é sempre o fim deste meio sem começo. O coração vai recebendo estas mentiras-verdades e transforma-as num sentimento, afinal é mesmo esse o trabalho dele, gerar sentimentos.
E quem nunca contou uma mentira, ou se deixou envolver por uma mentir que lhe transformou o cérebro de tal forma que ela nunca mais de lá pode sair?

*feliz dia das mentiras*

domingo, 3 de março de 2013

Soluços

Um vazio é sempre um vazio, frio, grande e profundo. Pode a sala até estar tão cheia que o oxigénio tenha sido completamente substituído pelo dióxido de carbono, mas o coração está sempre tão vazio, tão sozinho que nem dá por nada do que se passa "no mundo lá fora".
Ele pesa lá no seu cantinho do peito. Pesa porque está triste, quer gritar, quer chorar, porque ele está a sofrer, apertadinho e sem ninguém com quem partilhar. Todo o mundo parece tão distante, tão ocupado, tão sem noção do que se vai passando ali dentro, naquele pedacinho de carne e músculo que controla um gigante corpo e uma poderosa mente.
É difícil quando todas as expectativas, todos os momentos, todas as saudades, todas as vontades recaem sobre tão frágil músculo.
Aquele vazio de que comecei a falar,  ás vezes enche-se de ar, aquele ar do peito, quando ele fica ofegante, quando  o corpo está tão feliz que não aguenta tanto ar nos pulmões, o problema é que tão depressa ele aparece como desaparece, e lá fica o coração sozinho outra vez, vazio tal como estava, mas ainda mais triste, porque agora está a tentar suportar a dor que agora passou para o cérebro também. Porque as conversas, os momentos, as acções não acompanharam os sentimentos naquele momento em que foi preciso. Porquê que o coração bloqueou quando estava tudo ali pronto para acabar com aquele vazio? Porquê que ele foi teimoso? Será que ele gosta de estar sozinho?
E nós, como ser humano, pensamos e sentimos tudo e pensamos porquê que as coisas nunca são como queremos e porquê que fica sempre alguma coisa para trás, uma palavra, um gesto, que consequentemente trás um arrependimento que só acabará com uma nova oportunidade.

O  coração e a cabeça, nem sempre estão de acordo, mas o sentimento e a vontade estão sempre lá!